sexta-feira, 7 de novembro de 2008






Num belo fim de semana do final de outubro resolvi fazer uma pequena aventura: conhecer alguma cidade do Rio de Janeiro. Cansada de sempre ir aos mesmos picos (Arraial, Búzios, Itaipava, Angra, Ilha Grande, etc), catei no mapa um nome desconhecido. Procurando na net, achei SUMIDOUR, uma cidade que ainda abriga construções de séculos atrás, atrações como cachoeiras, fazendas com suas senzalas e características da realeza. Pesquisei muito e chequei algumas hospedarias: apenas duas restaram, o resto estava desativada. Mesmo assim fiquei supercuriosa e parti. São dois caminhos indicados nos sites para se chegar até lá: Niterói-Manilha, por Friburgo e Washington Luís, indo por Teresópolis. Saí do Rio umas 23h e fui por Terê por ser mais perto.

Até a chegada de Terê foi tranqüilo, ótimas condições da estrada e tal. Já seguindo para Além Paraíba, o trajeto foi ficando pior. A primeira placa para SUMIDOURO apareceu à frente e entrei. Estrada de paralelepípedo, ok. Estrada de terra, ruim, pedaço de asfalto, péssimo, mais chão e mais chão. Finalmente chego à SUMIDOURO, a chamada Cidade-Paraíso. Paraíso de ninguém porque não tinha uma viva alma na rua. Encontramos uma pousada: Santos. Toquei o interfone e nada...telefone nada...insisti no interfone e uma voz sonolenta atendeu: "Estamos lotados, não há vagas." Muito estranho...uma quinta-feira de madrugada estar lotado? Nem feriado era...

A outra pousada ficava no lado oporto da rua. Liguei e...surpresa!! "Não há vagas, estamos lotados." Que isso! Búzios tá perdendo pra SUMIDOURO??? Procurei no mapa e a cidade mais próxima é CARMO. Cerca de 35min até lá, em péssimas condições de pavimentação. Finalmente! Dois hotéis, um do lado do outro. Escolhi o Portugal. Havia um recepcionista para atender a porta!! Desconfiado, olhando com cara de surpresa, perguntou duas vezes de onde eu era. Felizmente arrumou um quarto de frente com varanda. Noite bem dormida.

Dia seguinte pela manhã, minha meta era finalmente conhecer a bendita SUMIDOURO, suas cachoeiras, sua história e arquitetura. Chgando lá, procurei a prefeitura para obter informações sobre os pontos turísticos e um mapa local. O rapaz responsável pelo Turismo não se encontra. Procura mapa daqui, dali, nas gavetas, armários, arquivo e nada. Uma meia dúzia de casas dos idos de 1880 e só. Achei o CASARÃO (foto), onde viveu uma família e, segundo o site do Governo, preservava uma senzala. Um senhor simpático, do movimento Pró-Memória da cidade me recebeu mas todas as informações que conseguiu fornecer eram acompanhadas de "dizem que", "parece que", "acho que". A construção em ruínas, sem luz, empoeirada, cheia de móveis atuais empilhados, um horror! Decepção primeira.


Por conta própria decidir achar as cachoeiras do Conde D´Eux, da Bahiana, a Caverna de Ceci (onde se encontrava com Peri) e Caramandu (três morros em forma de pirâmide), segundo o site, um lugar considerado místico. Cheguei até a Fazenda Santa Cruz, onde duas senhoras retiravam cachaça do alambique. Lá, me informaram que a Cascata do Conde e Caramandu ficavam na mesma direção. O tempo estava chuvoso e a lama tomava conta da pista. Fui de guerreira, não tenho carro 4x4, mas tava valendo. Depois de dirigir cerca de 20 minutos, quase atolei umas três vezes. Sem placa, sem pedestre, sem peão, nem uma vaca aparecia. Desisti e voltei pra casa, pra metrópole, revoltada. Nunca mais. Deixa que semana que vem eu vou é pra Búzios fazer aqueles passeios de barco, comer na rua das pedras, contemplar a natureza e voltar pro Rio com sentimento de dever cumprido!

SUMIDOURO!! Nunca mais!!