Não, não conheço crise de idade. A minha idade está nas minhas rugas, nas minhas experiências que nem sempre expõem minha idade mental ou física. Aliás, sempre me pairou a dúvida: "Será que eu nasci mesmo no dia que dizem, que está na minha certidão? Será que sou mesmo ariana ou fui condicionada?".
É...mente fértil, fertilíssima! Tanto, que me pai sempre dizia, desde pequena: "Você não pode ficar parada, senão pensa bobagens." E lá ia eu por aí praticando esportes que a dupla dinâmica Nelsonmag escolhia pra mim. Fazendo viagens que eles planejavam e convivendo com quem eles aceitavam. Aqui estou.
Finalizei o colégio sem saber o que queria fazer. Ou melhor, eu sabia demais tudo o que me interessava estudar, pesquisar, imergir. Tudo. Quase tudo, mas paixão tinha que esta envolvida. Papai como sempre à frente de seu tempo, notou meu potencial energético, de ansiedade, curiosidade e amor, logo me inscreveu num teste vocacional. Fui testada durante uns 3 dias e aí a conclusão: Comunicação, algo voltado pra eletrônica (mas nem aguento com tantos detalhes técnicos) e mais alguma coisa que já não me lembro mais.
Entrei pra faculdade de Comunicação e fui caminhando pro Jornalismo. Meu pai, pasmo: "Essa menina não gosta de ler, tem vergonha de falar com as pessoas (eu já era poliglota pois fui alfabetizada numa escola suíça aqui no Rio mesmo)". Mas por aí, dizia que eu escrevia muito bem e se gabava das minhas redações com "Parabéns" ou "Muito bom" na anotação das professoras. E que eu me lembre, só tive professoras de Português mulheres: Ana Maria, Marilena, Maria de Fátima, Maria da Penha, Gilda...todas pulso forte, diga-se de passagem.
Agora tô caminhando pros 44 anos, que eu chamo carinhosamente de Infinito, porque 4 + 4 = 8. Vejo que, agora sem meu pai administrando meus passos, meus gastos, meu proceder, minhas escolhas, tenho um mundo de possibilidades e o triplo de responsabilidades. Cuidar da mãe, fazer parceria com irmão, cuidar de coisas que passavam por mim de longe. Meus pais nunca aceitaram um centavo como ajuda para nossa casa, já que eu também morava ali (aqui ainda moro).
E agora é a hora! Naturalmente a cabeça vai te pedindo cautela, paciência, observação, união, compreensão, calma e muita fé. Obviamente que sem um aparato espiritual que acalante o coração e oriente para o nosso bem, não rola. Mas não rola mesmo! Quanta gente eu vejo por aí, aparentemente equilibrados, mas os sentimentos são sofridos, sabotadores, pensamentos destrutivos e não tendem a buscar respostas dentro de si, o que a espiritualidade me ensinou.
Eu busco no tempo as minhas questões. Relembro dos ensinamentos do meu pai, da presença dele tão forte, do amor louco da mamãe que quase me engolia de tão forte. Tá chegando o momento da virada. Eu sou forte, eu sou luz, sou amor e posso ajudar!
Obrigada, Deus, pelo ar, pelo sol, pela água e pelos amigos e "castelos" que construí pelo caminho.








