segunda-feira, 7 de setembro de 2009

ANDARILHOS DA RAVE PERDIDA

Búzios, 5 de setembro de 2009.


Tentando colocar meu nome na lista de uma boate em Ipanema, aqui no Rio, pra comemorar o níver de uma amigona, fui invadida por um flyer da festa XXXPERIENCE, comemorando 14 anos: uma floresta encantada, um lugar mágico, com borboleta voando, animação fantástica da natureza. Foi aí que me imaginei naquele lugar mágico.
Lendo alguns jornais, a notícia sobre a proibição da rave não me desanimou, já que continuei navegando e encontrei fóruns. As pessoas comentavam que isso sempre acontece e que na última hora o influente produtor do evento consegue uma autorização no plantão judiciário.
Há um tempo venho sentindo curiosidade em conhecer uma rave no meio do mato, adoro mato.


Liguei pra um amigo que adora raves.
- Xuxu, acabei de comprar meu ingresso. Vamos? - foi a deixa pra eu empolgar de vez.
Arrumei tudo na correria, fui encontrá-lo, e partimos pra Búzios de noite. Nenhum engarrafamento, apesar do feriadão de Independência.
Chegamos e deixamos as coisas na POUSADA SERATA, na Ferradura. Saímos pra comer uma picanha maturada e descansozinho.
Lá pela meia noite, embalados por um Lambrusco geladinho, partimos pra night. Primeira parada: FAZENDA PORTO VELHO. Policiais militares, bombeiros e prefeitura bloqueavam a entrada do local da XXXPERIENCE.
Rodamos algumas horas atrás de uma opção semelhante. E nada...
Notamos que centenas de carros iam e vinham sem parar. Resolvi abordar alguns motoristas com seus carros cheios.
- E agora? Qual vai ser? Alguma rave?
As respostas eram sempre as mesmas, "tamos procurando", "vamos agitar uma"! Comecei a me sentir órfã, uma andarilha atrás de uma rave perdida. No entanto, víamos muita gente parada nos postos de gasolina, com o som dos carros tocando alto e o povo no pique! Muita gente bonita, saudável, jovem. Em posto não dá...passei da idade. E toma de procurar rave.
Solução: Rua das Pedras...não curto o óbvio, mas ficamos sem opção. Assim que apontamos no buxixo, muita gente vindo em nossa direção, rostos cansados, 3 da manhã. Muita gente na Orla Bardot, mas sem música...parecia fim de festa, tipo quando acabam os desfiles no sambódromo e o povo vais aindo. Quase murchei, mas controlei. Caminhando e...não é que O Chez Michou tava bombando no pique da rave?! Som alto, DJ animando a galera e som bom. É aqui que eu fico. Eu e meu fiel escudeiro.



Lá pelas 6h fomos ver se aparecia o sol, lá no cais. Conhecemos um casal de amigos, depois chegaram 3 modelos fotográficos lindos, simpáticos! Ficamos um bom tempo confabulando e confraternizando, até que soubemos de uma rave que começaria de manhã. Demos uma descansada até umas 12h e caímos na pista novamente.
Roda daqui, procura dali, ouvimos a batida do trance, começamos a persegui-lo. Com dificuldade achamos a casa onde acontecia uma festa, que parecia de final. Não ficamos empolgados pra entrar, até porque ou íamos pra Geribá, na praia, curtir a rave da Fishbone ou pra Tucuns.
A impressão que dava é que tinha rave irada acontecendo e a gente não achava. Chegamos no canto direito de TUCUNS e lá estava ela...A RAVE! Cheguei a ficar emocionada. Deixei meus pés descalços e me joguei na folia em meio a uma espécie de vale à beira mar, tudo cercado por mato e água salgada. Que astral!!!












O que me tocou também foi ver um monte de gente desconhecida com o mesmo objetivo: ACHAR A RAVE. E era lindo, porque saíam comboios de carros, amizades sendo feitas e a energia toda canalizada para um único fim. Essa união desinteressada, comuncicação rolando solta, sorrisos e muita troca.
Não vi floresta encantada, mas com certeza, fui tocada por mais encantos da vida, coincidências maravilhosas que vão ficar na memória e na história.
Quem foi, entrou pra hstória da XXXPERIENCE, de Búzios e das raves em geral.

Só pra contar, vim dividir o que é meu com o mundo.

Fiquem em paz.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

O AMOR ESTÁ NO AR





O mundo e essa nossa vida é mesmo uma loucura surpreendente. Acontecimentos estarrecedores acontecendo ao mesmo tempo. Gente querida e amada deixando nosso planeta rumo a outros ares.
Tristeza e alegria juntas, sobreviventes em tragédias!

Mas é o amor que está pairando no ar neste momento de passagem de Michael. Acredito que mais da metade da população está com o coração cheio de amor, lembrando com carinho esse ícone da música e do mundo das celebridades. Um cara que sofreu na pele todos os males da nossa humanidade: abuso, trabalhos forçados, inveja, cobiça e tanto outros.
Mas é o AMOR que vence e a verdade sempre aparece.






Acredite ou não, inegavelmente, o mundo encheu o peito de amor em homenagem e saudade desse rei das gerações mundiais. E isso afeta cada coração endurecido. Faz lembrar da infância, de quando tudo parecia mais fácil e acaba brotando um sorriso nos lábios.
Para quem acredita em algo maior à nossa vontade, comunga comigo a idéia de que nada acontece por acaso. Toda dor deve ser transformada em aprendizado. E quando pessoas se propõem ao bem, elevam os pensamentos em prol do outro, milagres acontecem, muitas vibrações positivas são jogadas no ar, no Universo e cada ser acaba sendo beneficiado.







O que mais me emociona nesse momento da partida do Michael é esse sentimento de AMOR que não me lembro de ter visto nos últimos longos anos.








Obrigada Deus, obrigada Michael, obrigada pessoas e obrigada oportunidade de ver que apesar de tudo que acontece de terrível no mundo, um momento lindo como esse faz muita diferença!

Bjo no curpo!
hahaaha
Namaste

segunda-feira, 15 de junho de 2009

TRANSCENDENDO OS SENTIMENTOS


Uau! Tanto tempo se passou...tantas coisas eu vivi...quantas lágrimas chorei!
Agora, feliz da vida, venho compartilhar um texto esclarecedor, certeiro e uma lição de vida, filosofia!

Trata-se de um trecho do livro "Paz a Cada Passo", Editora Rocco, 1996.
Por Thich Nhat Hanh

"O amor é um desejo de trazer paz, alegria e felicidade a outra pessoa. A compaixão é um desejo de eliminar o sofrimento que atinge o outro. Todos nós temos em nossas mentes as sementes do amor e da compaixão e podemos ampliar essas belas e maravilhosas fontes de energia. Podemos fazer crescer o amor incondicional que nada espera em troca e que, portanto, não conduz à ansiedade e à mágoa.

A essência do amor e da compaixão é a compreensão, a capacidade de reconhecer o sofrimento físico, material e psicológico de outros, de nos sentirmos "na pele" do outro. Mergulhamos em seu corpo, em seus sentimentos, em suas formações mentais e presenciamos seu sofrimento em nossos próprios olhos. A observação superficial, na qualidade de alguém "de fora" não basta para que vejamos seu sofrimento. Precisamos nos tornar como um objeto de nossa observação. Quando estivermos em contato com o sofrimento do outro, nascerá em nós um sentimento de compaixão. O significado literal do termo "compaixão" é "sofrer com o outro".

Começamos por escolher como nosso objeto de meditação alguém que esteja passando por sofrimento físico ou material, alguém que seja fraco, um pobre, um oprimido ou desprotegido. Este tipo de sofrimento é fácil de se ver.

Depois, podemos praticar o contato com formas mais sutis de sofrimento. Às vezes, a pessoa não parece estar sofrendo, mas podemos perceber que ela tem mágoas que deixaram marcas ocultas. Gente com excesso de conforto material também sofre. Examinamos profundamente a pessoa que é o objeto da nossa meditação sobre a compaixão, durante a meditação sentada e também quando estivermos com ela. É preciso que nos proporcionemos tempo suficiente para entrarmos em contato profundo com seu sofrimento. Continuemos a observá-la até que a compaixão surja e impregne o nosso ser.

Quando observamos em profundidade, o fruto da nossa meditação naturalmente se transformará em algum tipo de ação. Não diremos simplesmente, "Eu o amo muito", mas em vez disso, "Farei alguma coisa para diminuir seu sofrimento".

A idéia da compaixão está presente de fato quando ela consegue eliminar o sofrimento do outro. Devemos descobrir formas para fortalecer nossa compaixão e para lhe dar expressão. Quando entramos em contato com o outro, nossos pensamentos e atos deveriam transmitir nosso desejo de compaixão, mesmo que o outro diga e faça algo que não seja fácil de se aceitar.

Praticamos dessa maneira até percebermos com clareza que nosso amor não depende do outro ser amável ou não. Só assim podemos saber que nossa compaixão é firme e verdadeira. Nós mesmos ficaremos mais à vontade e, a pessoa que vem sendo objeto da nossa meditação acabará também se beneficiando. Seu sofrimento diminuirá lentamente, e sua vida aos poucos se tornará mais luminosa e mais alegre graças à nossa compaixão.

Podemos também meditar sobre o sofrimento daqueles que nos fazem sofrer. Quem quer que já nos tenha feito sofrer, sem sombra de dúvida sofre também. É preciso apenas que acompanhemos nossa respiração e olhemos em profundidade. Veremos, naturalmente, seu sofrimento. Parte das suas dificuldades e tristezas pode resultar da falta de prática dos seus pais quando ele ainda era pequeno. Seus próprios pais, porém, podem ter sido vítimas dos seus respectivos pais. O sofrimento foi transmitido de geração a geração, renascendo nele. Se percebermos isso, não iremos mais culpá-lo por nos fazer sofrer, já que sabemos que ele também é vítima. Olhar em profundidade é compreender. Uma vez que tenhamos compreendido os motivos para seu comportamento condenável, nosso rancor com relação a ele desaparecerá, e nós sentiremos o profundo desejo de que ele sofra menos.

Podemos sorrir, nos sentindo refrescados e leves. A presença do outro não é necessária para que se produza uma reconciliação. Quando olhamos em profundidade, estamos nos reconciliando com nosso verdadeiro eu. Para nós, o problema já não existe. Mais cedo ou mais tarde, ele perceberá nossa atitude e partilhará do frescor da corrente de amor que flui naturalmente do nosso coração."


E aí...fez pensar ao menos? Então valeu!
Bjs e inté!